por LUCIANA ARCHETE

Jornalista MG19681JP

A Rádio Cidadã de Muriaé foi convidada a acompanhar um manifesto dos mutuários contemplados com as casas do Vermelho 2 em dezembro de 2015 e maio de 2016 e que até agora não moram em seus bens porque a entrega foi embargada por falta de equipamentos de infraestrutura como Escola Municipal, Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI ou Creche) e uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Cerca de 40 contemplados e muitas crianças estavam no local empunhando faixas e cartazes pedindo dignidade e direito à moradia.

Três vereadores compareceram ao local Celsinho, Jair Abreu e Ciso, assim como o assessor parlamentar do vereador Carlo Macuco, Vander Bruni.

O objetivo foi fazer um protesto no local que está concluído e sorteado, mas os mutuários aprovados pela Caixa ainda não podem ocupar as residências que precisam, inclusive, serem reformadas.

Algumas apresentam rachaduras, infiltração e parte do piso de algumas casas estão soltos, como pôde ser observado por nossa Equipe de Reportagem presente no local.

Segundo Celsinho, é hora da prefeitura fazer sua parte, negociar com a Caixa e com o Ministério das Cidades para que sejam construídas escola, creche e UBS. “Falta boa vontade desde a gestão passada. Não é difícil. Falta uma vontade política, só isto” disse o vereador.

Já Jair Abreu explicou que passou da hora do governo municipal ouvir a população contemplada com as casas. “Independente de governo Aloisio Aquino, Grego, quem quer que seja. É reunir com o governo federal e encontrar uma situação para beneficiar trabalhadores, homens e mulheres, alguns até aposentados que precisam ter dignidade e respeito”, enfatizou.

O vereador Ciso disse à nossa reportagem que acredita numa rápida negociação por parte do Poder Público Municipal. “Sabemos que existe possibilidade, mas é preciso acionar os deputados federais, ir ao Ministério das Cidades. É fácil chegar a um bom termo e conseguir recursos para instalar estes equipamentos”, disse ele.

Moradores estão cansados de esperar

Fernando Chagas de Oliveira é vice-presidente da Associação de Moradores do Nova Muriaé entende que o protesto é legítimo e real. “As casas já precisam de reforma antes mesmo de serem ocupadas. É preciso que os vereadores ajudem a população. Esse problema só vai ser resolvido com pressão, infelizmente”, disse.

Marlene Braga de Oliveira é viúva e mora hoje no Nova Muriaé, segundo ela, está demorando muito este entrega. “Minha casa saiu no final da rua, no alto e é muito difícil. Mas precisamos de uma definição, hoje estamos até devendo na Caixa, pois nosso nome está á como se tivéssemos uma casa e, na realidade, não temos e isso desde 2015”, disse ela.

Rudson Carlos Pinto estava com o filho e mora de aluguel no bairro Coleti. Para ele é um absurdo essa demora. “Tudo que compramos e pagamos vai como incentivo para a prefeitura. Chega de enganação. Precisamos de nossa casa com uma escola para crianças, uma creche, um posto de saúde. Não é difícil conseguir isto, deixa de enrolação”, disse ele.

Entenda o problema

O Vermelho 2 foi construído com recursos do programa do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida” e, em dezembro de 2015 aconteceu o sorteio das casas para cerca de 600 famílias que tiveram seus cadastros aprovados pela Caixa Econômica federal.

No mês de maio de 2016 um novo sorteio foi feito pela Caixa para mutuários dos imóveis remanescentes.

Segundo os legisladores, entre as outras “pendências”, que seriam de responsabilidade do município e que não foram resolvidas até o momento, seriam a construção de uma escola, posto de saúde e um trevo de acesso ao condomínio. Sem estes equipamentos não podem ser ocupadas as moradias.

A Caixa Econômica Federal concluiu sua parte no contrato, que seria a construção das residências, e que agora cabe ao município fazer a contrapartida com a estrutura que falta

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