A Arte Aldravista projeta Mariana no cenário nacional e internacional. Essa arte nascida dos poetas aldravistas de Mariana abrange diversas linguagens; a verbal, na poesia e na prosa; e a visual, na pintura e na escultura. Em todos os casos ela é inovadora e democrática, rompe barreiras, conquistando independência das fórmulas prontas, abrindo caminho para criação das próprias técnicas de elaboração dos seus produtos artísticos. 

Na origem do movimento, aquilo que poderia ser apenas mais um jornal de divulgação transformou-se em um canal de produção de novidades no campo artístico, pois congregava artistas dispostos a encontrar rotas nunca trilhadas, seja na reflexão conceitual, com fundamentações filosóficas e semióticas que dessem solidez teórica às obras e às suas leituras, que eram (obras e leituras) frutos de ousadias. Artistas, de um lado, experimentando criar obras sobre o vazio, sem recorrer a esboços traçados por um mestre ou a cópias de uma obra já canonizada, e de outo lado leitores, buscando usar suas próprias experiências de vida como parâmetros de leitura, arriscando avaliações que tocam além das apreciações do bom ou do ruim, do gostar ou não gostar.

Em 2006, Andreia Donadon Leal já somava dois prêmios internacionais de pintura, na Espanha e em 2008 mais um na Itália. Era a arte aldravista, depois por ela própria alcunhada de aldravintura, sendo reconhecida como uma nova proposta artística, com inovações na forma e nas técnicas, pois acudia a arte sobre a tela branca sem intervenções prévias de esboços; portanto, sem traços. Essa arte mereceu espaço no Museu Antonio Gualda de Arte Contemporânea de Durango, México; na Galeria da Academia de Letras e Artes de Portugal, Cascais; na Pinacoteca da UFV, na Galeria Renato de Almeida, Juiz de Fora, e acervo de artes do STJ – Brasília, DF, entre outros, numa clara demonstração de reconhecimento de valor artístico da novidade nascida do empreendimento intelectual aldravista de Mariana. Essa aventura artística tem produtos sobre telas, sobre peças de roupas e em esculturas têxteis. 

Em 2010 Andreia Donadon, Gabriel Bicalho, eu e J. S. Ferreira criamos uma forma poética, a aldravia, reconhecida como a primeira forma genuinamente brasileira de poesia, hoje objeto de estudos em 12 dissertações de mestrados e 01 tese de doutorado (UFV, UFOP, UNINI, UFJF, UFPE, UEMS, CEFET-MG), várias monografias de graduações e dezenas de artigos acadêmicos, e gênero textual utilizado no desenvolvimento de dezenas de projetos de produção de texto e de leitura no ensino fundamental, no médio e no superior, e em unidades prisionais do estado de Minas Gerais, sob coordenação do Núcleo Pedagógico da Secretaria de Segurança Pública de MG.

Escolas e ABRAAIs (Academia Brasileira dos Autores Aldravianistas Infantojuvenil) de várias unidades da federação estão unidas com a ALACIB na promoção de eventos literários na 12ª Semana de Arte Aldravista, no próximo início de primavera. Haverá saraus, premiações a poetas que concorreram a concursos de aldravias, lançamentos de livros de aldravias e quintas, palestras, encontros de escritores com alunos de escolas públicas. 

A 12ª Semana de Arte Aldravista tem o apoio incondicional dos artistas brasileiros, que virão a Mariana ou promoverão em suas cidades mostras de arte aldravista. Ao longo da história da humanidade a arte foi, é e será protagonista. Em Mariana, a arte participou do processo civilizatório, seja na poesia que construiu o discurso libertador dos inconfidentes, no discurso religioso da arte de Ataíde, no discurso simbolista de Severiano e de Alphonsus e atualmente no metonímico discurso libertador e democrático dos aldravistas. A 12ª Semana de Arte Aldravista está chegando, mais forte do que nunca, pela união dos poetas aldravistas brasileiros em nome da liberdade artística. Juntos somos fortes!