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MURIAÉ RECEBE A EXPOSIÇÃO ‘NISE – A REVOLUÇÃO PELO AFETO
06/05/2022 12:18 em Notícias da Zona da Mata

 

Entre os dias 07 de maio e 10 de julho, a exposição ‘Nise – A Revolução pelo Afeto’ ocupa o Centro Cultural Grande Hotel de Muriahe, em Muriaé, Minas Gerais, reunindo cerca de cem obras de clientes do Museu de Imagens do Inconsciente, ao lado de peças de Lygia Clark e fotografias de Alice Brill, Rogério Reis e aquarelas e fotos de Carlos Vergara. 

 A curadoria é do Estúdio M’Baraká, com consultoria do psiquiatra Dr. Vitor Pordeus e do museólogo Eurípedes Júnior. A exposição foi realizada nos centros culturais CCBB RJ, este através da Lei de Incentivo à Cultura, e CCBB BH, ambos com patrocínio do Banco do Brasil, e, agora, é levada à cidade de Muriaé através do financiamento da Secretaria de Saúde da cidade, apoiado pelo Governo do Estado de Minas Gerais.

 Nise da Silveira (1905-1999) formou-se como médica, sendo a única mulher em uma turma com mais de 150 homens, e ficou mundialmente conhecida pela ideia pioneira de usar o afeto como metodologia científica no tratamento às pessoas com sofrimentos psíquicos.

Ao buscar formas de acessar as camadas do inconsciente e criar um diálogo, através de ferramentas artísticas e com aplicações científicas, entre o inconsciente e a sua potente expressão em imagens, Nise reposicionou o entendimento de loucura na história da humanidade. A exposição valoriza a dimensão vanguardista e criativa de uma das maiores cientistas do Brasil, o seu legado e obras criadas a partir do seu revolucionário método.

 “A Nise criou um método clínico centrado no afeto. Ela é herdeira de Juliano Moreira, de Baruch Espinoza, de Sigmund Freud, de Carl Gustav Jung. Jung foi aluno de Freud e professor da Nise, na Suíça. Homens revolucionários, que abandonaram a ideia do corpo máquina e trabalharam com a abordagem centrada na subjetividade, na emoção, na identidade, na simbologia, nas narrativas que restauram as memórias. A nossa dificuldade hoje é não deixar o afeto se apagar, 

em um momento em que tudo virou máquina”, situa Pordeus, que trabalhou no Instituto Municipal Nise da Silveira, de 2009 a 2016, e é um dos fundadores do Hotel da Loucura.

 Já Eurípedes, que está ligado à doutora e ao Museu desde 1974 e é vice presidente da Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente, diz que “colaborar com essa mostra foi um desdobramento natural de um trabalho que desenvolvo há anos com a equipe do Museu, um centro vivo de criação e de divulgação científica e artística. O Museu se empenha fortemente na luta pela redução do estigma e pela mudança de paradigma da sociedade em relação à loucura. As pinturas são apaixonantes porque revelam mais do que sabemos sobre os mistérios da mente humana. É uma alegria levar esses conteúdos ao grande público.”

 A mostra foi inaugurada no CCBB RJ, em 2021, e ficou em cartaz, no CCBB BH, até 28 de março de 2022, e já reuniu números impressionantes: mais de 150 mil visitantes em sete meses de exposição e mais de três milhões em retorno em mídia espontânea.

 Para a nova temporada foi escolhida a edificação do Centro Cultural Grande Hotel de Muriahe, que é datada de 1904 e foi tombada em julho de 1997, pela Prefeitura de Muriaé, por sua importância cultural para a cidade. A exposição utilizará os espaços da Galeria Mônica Botelho e todo o terceiro andar do Grande Hotel.

 “Considero essa exposição de extrema importância para o município e para as áreas de Saúde e Cultura. Como musicoterapeuta, sempre sonhei em organizar um trabalho de conscientização, no município, do quanto a Cultura e as Artes podem contribuir para nossa saúde mental. Tudo isto baseado em uma relação de afeto.”, conta Gilca Napier, Diretora Geral da Fundarte.

 E a Prefeitura Municipal de Muriaé, através da Secretaria Municipal de Saúde, apoia as ações de Saúde Mental e não mede esforços para o fortalecimento da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, sempre trazendo o usuário como protagonista da sua história. Em uma parceria com o Governo do Estado de Minas Gerais, propondo um trabalho com a Promoção e Cultura da Paz, vislumbra na exposição ‘Nise – A Revolução pelo Afeto’ uma forma delicada, harmoniosa e emocionante de tocar o outro, mostrando que o respeito a humanização e o afeto serão sempre o melhor caminho.

Fonte: Fundarte Muriaé

 

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