Moçambicana, preta, foi líder política, voz ativa para as mulheres de seu país e uma escritora premiada. Assim é Paulina Chiziane, primeira mulher de seu país a escrever e publicar um livro, isso em 1984. De lá para cá se tornou referência e sempre premiada por suas histórias da vida real traduzida em uma linguagem romanceada.

A um jornal relatou com estas palavras que replicamos aqui: “Meu Deus! Eu já não contava com essas coisas bonitas!' É muito bom. Esse prêmio é resultado de muita luta. Não foi fácil começar a publicar sendo mulher e negra. Depois de tantas lutas, quando achei que já estava tudo acabado, vem esse prêmio. O que eu posso dizer? É uma grande alegria”.

Na política, viu que não conseguiria alcançar a voz que pretendia e, assim, optou por se tornar escritora e, em 1984 conseguiu o grande feito literário para as mulheres de seu País, publicaram artigos e contos seus na imprensa local. Era um passo para o reconhecimento e o início da literatura feminina local.

Publicou nove romances romances e alguns ensaios sobre as relações de gênero em Moçambique e sobre filosofia africana. No Brasil, publicou os livros "As andorinhas" (contos), "O canto dos escravizados" (seu primeiro livro de poemas), "Eu, mulher... por uma nova visão de mundo" (testemunho) e "Ngoma Yethu" (filosofia africana), todos pela Nandyala Editora, da Profa. Dra. Iris Amâncio, natural de Muriaé (MG).

Paulina Chiziane recebeu vários prêmios e condecorações ao longo de sua carreira. Em 2013, o então Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-a com o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique. Em 2021, acaba de receber a maior honraria literária concedida a escritores de Língua Portuguesa, patrocinada pelos governos de Brasil e Portugal. Com isso, Paulina Chiziane tornou-se a primeira mulher africana a ser distinguida com o Prêmio Camões.

Paulina Chiziane, escritora moçambicana premiada (centro), com as Profas. Dras. Petronilha Silva/UFSCar (esquerda), Iris Amâncio/UFF e Nandyala Editora (centro) e Maria de Lourdes Siqueira/UFBA (direita)