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Estudo do Unicef aponta que Muriaé é a quinta cidade onde mais se mata adolescentes em Minas Gerais
21/05/2018 17:08 em Notícias da Zona da Mata

* As informações são do jornal Estado de Minas

Um flertou com oportunidades de novas vivências, mas voltou ao mundo do crime e foi assassinado em um acerto de contas com o tráfico. O outro deixou para trás a inocência da infância e as peladas nas ruas do bairro com os amigos para também entrar no universo das drogas e ter a vida interrompida abruptamente. As histórias são contadas por dois educadores de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que viram, nos últimos tempos, jovens de seus relacionamentos pessoais ou profissionais terem a vida ceifada pela violência. Fruto de um roteiro em comum, se tornaram estatística e engrossaram o índice de mortes violentas de adolescentes, em disparada nos últimos anos no país. Esse quadro de desajuste social atinge quase três quartos das cidades mineiras com mais de 100 mil habitantes, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Em Minas, Betim é onde mais se matam integrantes desse grupo da população. São 7,95 para cada grupo de 1 mil habitantes – mais que o dobro da taxa de BH. O levantamento mostra ainda que o problema deixou de ser exclusivo da capital e seu entorno para avançar pelo estado. Entre os cinco municípios com a maior taxa de vítimas de homicídio entre 12 e 18 anos, três estão no interior (veja gráficos). E estima-se que, se nada for feito, 43 mil adolescentes sejam assassinados nas maiores cidades do Brasil até 2021.

É o que mostra o Índice de Homicídios na Adolescência 2014 (IHA), do Unicef, calculado para cada grupo de 1 mil pessoas entre 12 e 18 anos.

Em Minas, Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, aparece em segundo lugar no IHA, com 7,14 assassinatos por 1 mil habitantes.

É seguido por Governador Valadares (6,54), no Vale do Rio Doce; Ribeirão das Neves (6,25), na Grande BH; e Muriaé (5,81), na Zona da Mata.

A análise geral do IHA revela que, para cada 1 mil adolescentes no país, 3,65 correm o risco de ser assassinados antes de completar o 19º aniversário. Minas é o 15º estado com pior IHA: aqui, 3,2 adolescentes são assassinados por grupo de 1 mil. O primeiro nesse ranking é o Ceará (8,71). O levantamento é resultado de parceria entre o Unicef, o Ministério dos Direitos Humanos, o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj).

A interiorização da violência

Quase metade das cidades mineiras consideradas violentas para adolescentes por estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estão no interior do estado. De acordo com levantamento que analisou a quantidade de assassinatos entre crianças e jovens de 12 a 18 anos nos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, o problema avança para além dos limites da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Das 31 cidades mineiras verificadas pelo relatório, 15 estão nessa situação. “A Grande BH revelou tendência crescente nos primeiros anos da série, e depois manteve certa estabilidade, enquanto a do Vale do Aço sofreu um aumento a partir de 2009”, constata a publicação Homicídios na Adolescência no Brasil, que calcula o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA).

Mas, apesar de o estudo considerar cidades acima de 100 mil habitantes, a escalada da violência envolvendo adolescentes também é percebida em cidades menores e, como consequência, a redução das mortes se tornou um dos desafios nos pequenos municípios. “Quando se pensava em homicídios de adolescentes, inicialmente imaginávamos que só ocorriam nas grandes capitais. Nos últimos 10 anos, no entanto, a mortalidade vem crescendo muito pelo interior”, afirma a consultora do escritório do Unicef para os estados de Minas Gerais, Bahia e Sergipe, Ana Carla Pinho Carlos.

Segundo ela, foi observado um surto do avanço da violência em adolescentes na faixa de 12 a 18 anos no interior mineiro, principalmente em cidades com menos de 20 mil habitantes, deixando cidades menores mais vulneráveis. Ana Carla aponta como uma das principais causas da violência a evasão escolar. 

O link onde o estudo pode ser visto e que avaliou as mortes de jovens e adolescentes nos 300 municípios com mais de 100 mil habitantes (como e o caso de uriaé) pode ser visto no link abaixo. Negros e pobres do Nordeste brasileiro estão entre as maiores vítimas.

https://secure.unicef.org.br/campanhas/wp-content/uploads/2017/10/livro-iha-2014.pdf ou aqui: https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_37216.html

 

 

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